terça-feira, 3 de novembro de 2009

PACIÊNCIA


(Texto de Arnaldo Jabor)

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia!



Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"...
E o bem comportado executivo? O"cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado.
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda- se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?

3 comentários:

A. T. disse...

É primeira vez que visito seu blog pessoal meio que sem querer, mas foi um "acaso" bom.
Achei esse teu texto excepcional. Sua articulação de palavras, os pensamentos que essa organização conotou, as expressões.
Também percebi como que um retrato de experiências próprias como incremento ao tema. Ótimo.
Parabéns pelo texto.

A. T. disse...

ô me desculpe, o autor é Arnaldo Jabor, me desculpe, mas é de muito bom gosto compartilha-lo. Me desculpe pela desatenção não observei direito.

Abraços.

Naildir disse...

Olá amigo, obrigada pela visita...desculpe a demora em respondê-lo...estava meio que de greve com meu blog pessoal...tive que dar um tempo e agora estou de volta....obrigada pela atenção!!